César João Bianchini - Santo Ângelo/RS
05 de Abril de 2023 ás 10:30
Comparativo manejo com organominerais x fertilizantes químicos
O fósforo é um nutriente de significativa influência na eficiência dos sistemas produtivos tropicais e subtropicais. Trata-se de um elemento essencial para as plantas, mas de elevado custo, por ser proveniente de fonte não renovável, e ainda apresentar baixa eficiência nesses solos.
Muitos estudos tem sido realizados em torno da disponibilidade do fósforo e do acúmulo deste no solo. Recentemente, um “estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Solos (RJ) e de outras instituições brasileiras revela que quase metade do fósforo (P) aplicado na agricultura em forma de fertilizante inorgânico nos últimos 50 anos continua na terra. Cálculos apontam que um total de 45,7 milhões de toneladas, ou teragramas (Tg), de fósforo foi aplicado no Brasil desde 1960, quando começou a utilização regular desse insumo. Hoje, estima-se que 22,8 Tg desse montante continue fixado no solo.”
A estimativa deste estudo é que o resíduo de fósforo em terras brasileiras possa chegar a 105 Tg em 2050.
“O estudo, publicado na Nature Scientific Reports, no artigo Transitions to sustainable management of phosporus in Brazilian Agriculture (Transições para o manejo sustentável de fósforo na agricultura brasileira, tradução livre), chama a atenção para uma questão importante na discussão do excesso de uso do nutriente.
O fósforo aplicado sucessivamente em solos brasileiros, principalmente na produção de grãos, desde 1970, aliado a práticas conservacionistas, como o plantio direto, gerou um legado, promovendo o acúmulo de um capital natural.
“Nosso solo absorveu esse fósforo. Por isso, precisamos aplicá-lo cada vez em menor quantidade na terra, reduzindo seu uso na adubação”, revela Vinícius Benites, pesquisador da Embrapa Solos e um dos autores do artigo.”
“A eficiência dos fertilizantes fosfatados em regiões tropicais e subtropicais apresenta-se em torno de 20 a 30%, ou seja, a cada 100 kg de fósforo (P) aplicado, somente 20 a 30 kg são aproveitados pelas plantas, sendo o restante indisponibilizado pelo processo de fixação.”
Os fertilizantes fosfatados comerciais disponíveis no mercado apresentam alta solubilidade e uma alta taxa de fixação nos solos brasileiros.
O uso de fertilizantes organominerais pode ser uma alternativa interessante, pois a matéria orgânica no solo influencia positivamente na disponibilidade do nutriente no solo (influenciando na adsorção do fosforo aos coloides do solo), aumentando a eficiência do fertilizante.
Segundo as pesquisas realizadas, o uso contínuo de fertilizantes organominerais reduz a necessidade de aplicações de grandes quantidades de adubo com o tempo, sendo necessário apenas adubações de manutenção, pois o uso de organominerais estimula a proliferação de organismos responsáveis por mineralizar os nutrientes do solo, disponibilizando para as plantas durante o seu ciclo de vida. Além disso, estes produtos minimizam as perdas por volatilização e lixiviação de nitrogênio, fixação e precipitação do fósforo e lixiviação do potássio.
Estima-se que o aproveitamento de nitrogênio mineral é de até 50%, do fósforo de até 20% e do potássio de até 60% do produto aplicado. Os fertilizantes organominerais aumentam o aproveitamento em até 70% para nitrogênio, 50% para fósforo e 80% para potássio.
Este aumento do aproveitamento ocorre em função da proteção que a matéria orgânica exerce sobre a fração mineral, ficando menos exposta a chuvas e cargas do solo. Assim, estes nutrientes vão sendo liberados lentamente durante o ciclo da cultura, podendo proporcionar maior aproveitamento, e reduzindo as doses de aplicação.
Diversos estudos apontam que a adubação orgânica apresenta efeito acumulativo em relação à adubação mineral quanto à produtividade de grãos na segunda safra (Pelá, 2005)
Como vantagem da adubação organomineral, temos:
Sobre esse ponto de vista o manejo de nutrição AgroBianchini, consiste em olhar o solo como um organismo vivo. Ou seja, a interação e equilibrio entre os pilares Físico, Quimico e Biológico que vai proporcionar a saúde do solo.
Em resumo, a saúde do solo é uma questão essencial para a agricultura e para o meio ambiente. Adoção de práticas agrícolas sustentáveis e de manejos responsáveis pode ajudar a conservar e melhorar o solo ao longo do tempo.
Manejos reiterados, em estudos próprios da Agrobianchini, com uso de bioinsumos e fertilizantes organominerais, reafirmam os estudos acima mencionados, com resultados surpreendentes ante a liberação de fósforo e potássio retidos no solo. Os microrganismos presentes no solo são responsáveis por processos de mineralização de nutrientes, auxiliam na fixação de nitrogênio e incrementam os agregados do solo, que auxilia na produtividade.
Como padrão de nosso trabalho temos que o primeiro diagnóstico da área deve ser obtido através de análises de solo, histórico de adubações e rotação de culturas. Após, a indicação, conforme a necessidade, de bons fertilizantes organominerais associados com fontes de cálcio orgânico e bioinsumos. Estes, desde biofungicidas e bioinseticidas, associados à condicionadores de solo e fertilizantes químicos sempre que necessários. Nesse padrão de trabalho temos obtidos resultados muito satisfatórios em termos de sanidade de solo e planta e de rentabilidade ao produtor.
Referências:
- http://www.redifertilizantes.com.br/fertilizante-organomineral-reduz-perdas-de-fosforo
Carlos Dias (MTb 20.395/RJ) Embrapa Solos
- https://www.embrapa.br/en/suinos-e-aves/biogasfert/fertilizantes/fertilizante-organomineral
- https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/33747073/brasil
- LEVRERO, C. R. Caminho sem volta. In: Encarte Especial ABISOLO. Piracicaba – SP: ESALQ, jul. 2010.