Faltou fertilizantes? Análise de solo é indispensável para uma adubação racional.

Jordana Duarte - Santo Ângelo

28 de Março de 2022 ás 22:00

Faltou fertilizantes? Análise de solo é indispensável para uma adubação racional.

Você conhece o seu solo?

Muito se fala na deficiência de adubos devido a guerra entre Rússia e Ucrânia e muitos agricultores se questionam: Posso plantar sem adubo?

O Brasil é o maior produtor e exportador no mundo da soja. Esta produção se dá principalmente pelo clima, localização favoráveis e incorporação crescente da tecnologia, o que melhorou significativamente a produtividade. 

Nos últimos dois anos, a escalada de preços dos insumos acompanhou a cotação dos grãos no mercado internacional. Os principais custos de produção estão nos insumos (fertilizantes, defensivos e sementes) e operações na lavoura (combustível, tratos culturais, transporte). A maior alta foi nos fertilizantes, que subiram mais de 100% no último ano.

Com base nisso muito se fala em adubação racional, mas o que isso significa? Adubação racional é aplicar somente o que realmente é necessário. Tendo a necessidade da cultura que varia conforme a produtividade que se almeja, menos a disponibilidade que tem no solo. Infelizmente sabemos que 85% das lavouras de soja no Brasil, fazem a aplicação de corretivos e fertilizantes sem o diagnóstico baseado em análise de solo. Como posso colocar o que preciso, sem saber o que já tem?

Com base em uma boa análise de solo podemos avaliar como estão os níveis de nutrientes e com a correta assistência técnica e acompanhamento da lavoura podemos colocar somente o que é exportado pela planta, ou seja, somente aquilo que é removido com a colheita. Porém, quando a análise de solo mostra que há índices médios, baixos ou muito baixos, deve-se colocar baseado na extração total, ou seja, a quantidade que a planta precisa para fazer grão mas também para seu desenvolvimento (raiz, caule, folhas, ramificações..)

Por outro lado, devido aos efeitos da estiagem a adubação que utilizamos na soja não foi totalmente aproveitada, com a baixa produtividade não houve extração total destes nutrientes, mantendo grande parte dessa nutrição no solo. Nesse caso o agricultor, pode racionalizar a adubação e administrar o que já se encontra no solo na cultura subsequente, o trigo. O trigo exige um mínimo de tecnologia para ser produzido, mas práticas promotoras e protetoras do potencial produtivo da lavoura precisam ser avaliadas de acordo com o retorno econômico que proporcionam. O ideal é alcançar o maior rendimento de grãos associado à máxima rentabilidade possível, é mais vantajoso para o produtor assumir um teto de rendimento menor, mas com boa rentabilidade.

O conselho é não errar na hora de economizar na lavoura de trigo. Não adianta economizar na compra de sementes certificadas, reduzir ou até zerar a adubação para níveis limitantes e manter um calendário de aplicações de fungicidas, sem monitoramento da lavoura para avaliar o que realmente é necessário nos diferentes momentos do desenvolvimento da cultura. É fundamental deixar de usar de um pacote de insumos/práticas fixo e aplicar, com a ajuda da assistência técnica, o que realmente é necessário para cada situação, baseado na análise de solo e no monitoramento da lavoura. Sabendo onde fazer economia, o produtor pode construir uma lavoura com bom potencial de forma racional, com base técnica e um bom retorno econômico.

Compartilhar

WhatsApp Facebook Twitter